II - NOÇÃO DA PSICOLOGIA
2.1. Definição
2.2. Evolução histórica
2.3. Temas principais
2.4. Psicologia experimental
2.5. Psicologia teórica
Prof: Fernanda Martins
Vamos fazer uma abordagem da introdução à Psicologia, sempre tendo em conta em que medida a ciência política se funde com a Psicologia e as áreas em que estas se tocam. Assim, a Psicologia é uma ciência do comportamento e dos processos mentais. Para os estudar, utiliza um determinado número de métodos. Os inquéritos, questionários e entrevistas; a observação naturalista, em que se regista comportamentos como eles acontecem em ambiente natural; o método clínico, com o estudo durante a ajuda psicológica e o correlacional, medindo a forla da relação entre variáveis a partir de experiências formais.
As áreas básicas da Psicologia moderna são: a Psicologia Biológica, que estuda os aspectos fisiológicos que condicionam determinadas atitudes e acompanham o comportamento; a Sensação e PErcepção, ou seja, tudo o que tem a ver com os órgãos do sentido; a Aprendizagem e Memória, como se aprende e do que faz depender a aprendizagem e a memória; a Cognição, ou seja, a inteligência e o raciocínio; a Motivação e Emoções, energia do comportamento; a Psicologia do Desenvolvimento, como nos desenvolvemos desde que nascemos até morrer; a Personalidade, o que cada um é e manifesta nos outros e evolui; a Psicologia Social, em que o comportamento à custa da cultura em que estão inseridas as pessoas para entender a pessoa no seu todo.
A Política está incluída em quase todas estas áreas. A Psicologia Política serve-se daquilo que a Psicologia conhece para os seus próprios objectivos.
Traçamos agora uma breve resenha da História da Psicologia. Há um 1º Movimento, entre 1879 e 1920, em que se realiza um estudo experimental da relação entre estímulo do meio e comportamento. O comportamentalismo é um estudo do comportamento patente (overt); o behaviorismo é uma relação entre o meio e o comportamento, excluindo os processos mentais. Estuda-se nesta altura os comportamentos animais. Pavlov fala-nos do reflexo condicionado, ou seja, um condicionalismo clássico ou reflexo perante um estímulo: ensina o cão a salivar à sineta e não à comida.
Skinner, em 1930, fala já de formas de condicionar animas a aprender: os comportamentos gratificados têm mais hipótese de voltar a acontecer. O reforço é algo que aumenta a frequência de um comportamento e é contingente à resposta. O reforço pode ser negativo ou positivo, consoante saio de coisas más ou repito coisas boas.
Assim, até aos anos 20, a investigação incide sobre a aprendizagem animal, onde aprender é registar mecanicamente as respostas. Há contudo um 2º Momento, nos anos 30, em que se regressa ao estudo dos processos mentais, ou seja, o comportamento encoberto (covert): o sujeito é visto como passivo e tudo é explicado pelo estímulo/ resposta. Surge então uma discussão crítica pois há uma cadeia de comportamentos isolados que não explica o comportamento humano complexo: estímulos e respostas são abstracções. Não há certeza de que os estímulos sejam os que influenciam o sujeito nem se pode explicar todos os comportamentos com esta dicotomia.
A Perspectiva Cognitiva fala-nos de um predomínio de elementos de natureza cognitiva: a percepção, ou o modo como o indivíduo interpreta os estímulos do meio, utilizando a experiência, as vivências e as necessidades presentes; a memória, etc. Os percursores foram ods gelstaltianos da Teoria da Forma. Já o Construtivismo de Piaget, Vygotsky e Bruner perguntam porque razão pensamos de forma diferente em fases diferentes. É uma visão em que o ser humano adquire conhecimentos.
Num 3º Momento, entre os anos 50 e 70, surge um modelo de processamento da informação e um interesse redobrado e renovado na Psicologia Cognitiva. O homem como processador de informação, captando-a, absorvendo-a e transformando-a. É também aqui que se dá o desenvolvimento da linguística e das ciências da informação.
As Perspectivas contemporâneas apontam para os estudos relacionados com a Neurociência, ou seja, o papel do sistema nervoso para explicar o comportamento e os processos mentais. Estuda-se também a pessoa no seu contexto socio-cultural, atendendo à cultura, identidade étnica e outros factores socioculturais que ajudam à verdadeira compreensão. Outros estudos contemporâneos prendem-se com o registo sensorial: o input visual e auditivo como os mais utilizados para a linguagem, numa relação em que se dá primeiro o input, depois a intenção e por fim a selecção e registo. A atenção leva-nos a um padrão de reconhecimento que se traduz num determinado registo e armazenamento na memória. A percepção envolve o uso de conhecimentos prévios para interpretar os estímulos registados pelos sentidos.
Quanto à memória, é um dos aspectos mais estudados em Psicologia. É um processo usado em todos os aspectos do dia a dia, um meio pelo qual o conhecimento passado é utilizado para interpretar o presente. A memória guarda a informação toda, de tudo para tudo e por isso a organização é fundamental na memória: envolve como a informação entra, como é guardada e recuperada. A memória recorre à imagem, armazenando-a. A recuperação depende de pistas, do método do aceso à informação. Há um estudo da diferença entre a memória explícita e a memória implícita: nesta última não dou conta, é quade inconsciente que absorvo a informação mas gravei-a- priming de repetição: a memória fica lá e usamos posteriormente.
No que respeita ao conhecimento, compreensão e resolução de problemas, o conhecimento é assente em conceitos, "schemas" que são enquadramento do conhecimento que ajudam a seleccionar e interpretar uma nova afirmação. Avaliamos a realidade em função dos nossos "schemas". Em relação à tomada de decisões, estas prendem-se com o acesso e escolha entre várias alternativas, por vezes utilizando heurísticas, que por vezes conduzem à decisão correcta mas que muitas vezes são aplicadas inadequadamente. Estes caminhos mais rápidos são úteis porque são rápidos, mas conduzem a erros.
O efeito de enquadramento tem a ver com a forma como as coisas são postas e o contexto, influenciando de forma inadequada a decisão. No processo de decisão, quando implica ganhos tendemos a evitar riscos mas quando implica perdas analisamos ao pormenor. Uma hiper-confiança na correcção de determinadas decisões formadas produz distorções.
No que respeita aos estilos cognitivos, estes têm a ver com a forma como aprendemos. O estilo de próprio de funcionar em termos cognitivos: sendo sujeitos diferentes, temos estilos diferentes manifestados através de diferenças individuais consistentes na forma de organizar e processar a informação e a experiência. Trata-se de modos preferidos de pensar e de como utilizamos as nossas aptidões: não temos apenas um estilo mas antes um perfil de estilos.
Os nossos estilos variam entre o dependente do campo, sintéctico, intuitivo, em oposição ao estilo independente do campo, analítico, crítico, que isola os elementos de um problema e tem mais facilidade em ambientes não estruturados. O estilo impulsivo, que reage rapidamente mas errando e o reflexivo, que decide lenta e cuidadosamente mas acerta.
06/11/08
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