I – INTRODUÇÃO
1.1. Noção e objecto da disciplina
1.2. Métodos específicos da disciplina
1.3. Bibliografia
Prof: Milan Rados
A Psicologia, do grego psique e logos pretende ser a ciência da alma, ou seja, o que não se refere ao corpo, utilizando para isso métodos que a tornam uma ciência exacta e experimental.
Algumas noções básicas da Psicologia prendem-se, por exemplo, com percepção, ou seja, o processamento da associação pelo cérebro. Como sentido principal de percepção, está a visão. Outro tema é a inteligência, relacionando-se esta com a rapidez de sistematização da informação. A Psicologia tem tendência a ser uma ciência exacta, medindo através de técnicas e modelos para obter um resultado exacto. Enquanto pai da Psicanálise, Freud apresenta-nos "Maria O." e a noção de que existe algo inconsciente nas pessoas que estas não conseguem controlar, ou seja o subconsciente e a ideia de que a razão tem sempre a ver com a sexualidade. Freud utiliza a introspecção para detectar o problema, "entrando" na pessoa para resolver esse problema. Porém, Freud contraria a noção da Psicologia como ciência exacta: o seu método é sempre subjectivo. É responsável no entanto por uma teoria que altera toda a vida e toda a sociedade e leva ao aparecimento de novas teorias sobre a sexualidade e o subconsciente.
A Psicologia Política aparece nos anos 30, por haver questões na área da política que é necessário explicar: "Porque se escolhe um candidato e não o outro?" Há razões sociológicas, materiais, entre outras mas estas não explicam tudo: é preciso explicar comportamentos políticos à luz da Psicologia. A Psicologia Política divide-se principalmente em três momentos distintos.
O primeiro é a observação do indivíduo na sua acção política e de que forma este participa na política. Pergunta-se também porque há pessoas que participam em actos políticos e outras que não. Actos políticos compreende-se por eleições, militância, comícios, manifestações ou simplesmente cartas e e-mails. Estuda-se também qual a influência dos meios de comunicação de massa nas eleições e na discussão psicológica.
Em segundo lugar, a Psicologia Política estuda os movimentos políticos. A Psicologia das massas, que reage diferente do que o indivíduo isolado. O grupo não pensa individualmente, segue o seu líder e daí que no Marketing Político se deva atingir o líder de opinião. Novos tipos de grupo organizam-se de forma secundária, para defender os interesses do partido. Nesta área estuda-se também, entre outras coisas, as razões para a perda de influência dos partidos políticos.
Em terceiro lugar a Psicologia Política estuda a Política e o líder, analisando psicologicamente a personalidade do líder e traçando biografias das personalidades. Tedore Adorn, um judeu que fugiu da Alemanha para os EUA, está ligado ao estudo da personalidade autoritária, também através da Obermass e Escola Filosófica de Frankfurt, por definição mais ligada à esquerda. Falam-nos da "Personalidade Autoritária", as que utilizam violência, como a utilizam, etc. Esta área da Psicologia Política estuda o convencionalismo, ou seja, a adesão rápida aos valores médios da sociedade, a submissão autoritária, ou seja, a submissão a um grupo onde o líder indica o que fazer (o que acontece quando há uma qualquer confusão na sociedade); a superstição e estereotipia, que falam de um destino sobrenatural do Homem e a sumissão voluntária ao poder e dureza do poder, pensando que essa é a solução (por exemplo, quando se acha que mais polícia é a solução para a criminalidade).
Em relação aos líderes políticos, sobressai o trabalho de Hermann, que distingue a exist~encia de 4 líderes políticos.
O primeiro é o líder flautista. O líder é causa primeira e última de liderança, com as suas características pessoais de líder em evidência. Utiliza todos os recursos que tem para conseguir obediência e fica conhecido com um grande líder, um grande homem com capacidades extraordinárias. É uma personalidade mítica, com características físicas próprias e a capacidade de fazer obedecer a sua liderança.
Em segundo lugar, o líder vendedor. Este impôe-se identificando-se com os problemas das pessoas e oferecendo a resolução desses problemas. Há uma relação estabelecida entre o líder e a solução dos problemas, com confiança plena nessa solução e organizando uma interacção entre o povo e o seu líder. Surge assim uma transação de mútuos benefícios: o líder vende liderança mas resolve os nossos problemas: o líder vende o seu produto e realizando promessas ganha confiança.
Depois, o líder marioneta, uma figura que não tem qualquer importância, apenas aparece para dar a cara por um grupo que toma as decisões todas.
Por fim, o líder apaga-fogos, que gere a sua liderança em função da situação em que se elege um líder para desempenhar uma função. A imagem do líder é feita em torno dessa circunstância.
06/11/08
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