2.4. Liberalismo
2.5. Nacionalismo
Após o derrube do Antigo Regime, o Liberalismo toma conta do panorama mundial. Movidos pelos ideais de Egalité, Fraternité e Liberté, os liberalistas proclamam uma sociedade com igualdade assumida entre classes, solidariedade social e entreajuda entre as várias classes e um clima ideal de liberdades políticas, direitos do Homem e liberalização económica. Esta última, na voz de Adam Smith, ganha relevo com a teoria do laissez faire laissez passer, que instala uma circulação livre de capitais e mercadorias, com vista a uma auto-regulação do mercado. Na sua obra "Riqueza das Nações", Adam Smith admite a existência de uma mão invísivel que regula a economia e que é precisamente esse fluir natural da economia de mercado, que funciona por si, pelas leis da oferta e procura.
O século XIX avizinha-se assim como um dos séculos com maior progresso na História da Humanidade, com uma evolução extraordinária em inúmeras áreas, como por exemplo, a da emancipação da mulher. Por um lado, o sec. XIX caracteriza-se pelo progresso científico, que tem o seu apogeu na Revolução Industrial e por outro, pela liberdade dos povos, através de movimentos nacionalistas apelidados muitas vezes de "Primavera dos Povos". Estes dois factores alteram substancialmente as relações internas e externas da sociedade.
A Revolução Industrial acontece em 3 vertentes distintas: a Revolução dos transportes, a revolução das formas de produção (industrial propriamente dita) e a revolução demográfica. O ano de 1830, altura em que foi inaugurada a primeira locomotiva férrea, marca o ano de início da Revolução Industrial. Os factores que a despoletaram foram uma série de descobertas que permitem utilizar a ciência como algo útil, ou seja, a tecnologia.
Assim, o objecto da primeira grande indústria são os têxteis. Substituem-se os antigos teares manuais por máquinas, aparecendo novos produtos em massa. Com mais oferta, há mais venda, que leva a que haja mais produção e por conseguinte a necessidade de mais trabalhadores, logo, a economia cresce.
A primeira fase da revolução industrial está ligada à máquina de vapor. A segunda, no final do século XIX, à descoberta da electricidade, que permite a extensão da luz por 24 horas do dia. Por fim, a terceira revolução industrial prende-se com a informatização, que, por exemplo no caso dos jornalistas, suprime sete tipos de trabalhos e portanto implica o despedimento de 30% da população empregada em determinados sectores.
Em relação à revolução industrial propriamente dita, temos hoje em dia cada vez mais produtos, cada vez mais sofisticados e mais baratos, como o caso dos computadores ou telemóveis. Dizia-se na altura que "por onde passa o comboio passa o futuro" e o certo é que a revolução industrial representou uma transformação extraordinária nas formas de organização a sociedade.
Quanto à Revolução dos transportes, esta ocorre primeiramente com o comboio. Este veículo é responsável, no séc. XIX, por um encurtamento significativo da distância entre produtor e consumidor, reduzindo horas de transporte e aproximando os mercados. O motor de explosão interna, que surge no início do séc.XX, permite o transporte de mais pessoas com uma quantidade menor de combustível, permitindo o desenvolvimento de veículos como o automóvel e o avião, que modificam para sempre o perfil das deslocações terrestres, impondo uma rapidez vertiginosa de deslocações de pessoas e produtos.
No que respeita à Revolução Demográfica, está mais uma vez mais intimamente ligada a descobertas científicas que ajudam o homem a sobreviver mais tempo, passando da esperança média de vida do Antigo Regime, que se situava nos 35, 40 anos, para uma esperança de vida actual de 75, 80 anos. Essas descobertas realizam-se a nível dos alimentos (cultivo, adubo, preservação) e da medicina, com descobertas simples, como a necessidade de lavar as mãos regularmente a outras que se prendem com fármacos. Estes factos, entre muitos outros, levam a um aumento exponencial da natalidade.
Em suma, a liberdade de pensamento aliada à tecnologia vem facilitar a vida das pessoas, numa revolução que tem início no séc. XIX e que ainda não terminou nem se prevê um fim.
No que respeita à liberdade dos povos, esta assume nesta fase a forma de um nacionalismo romântico que é consequência do liberalismo e onde os povos procuram a liberdade não só a nível individual como também em conjunto com os seus semelhantes. Esta procura de liberdade conduz à formação de estados.
Um estado tem o direito de existir caso haja também nele uma nação. Segundo a maior parte dos autores e o estabelecido, uma nação é constituida por um povo e um espaço que fala a mesma língua, partilham a mesma religião e/ou têm um passado comum. Estes factores podem não acontecer todos. Para criar uma nação, desenvolve-se um movimento nacionalista. No séc.XIX, o movimento nacionalista é romântico, ou seja, vai no sentido de demonstrar que um determinado povo tem um passado, uma cultura e uma idologia comuns.
Por exemplo no caso de Portugal, o país só se forma como um estado com a fundação da língua portuguesa. Camões demonstra ao mundo que o povo português tem características diferentes do castelhano, tal como a sua língua. É com este poeta que acaba o processo de construção do Estado português.
Já no séc.XX, o nacionalismo está associado a outro tipo de movimentos e no séc.XXI, assume a forma de patriotismo sentido ou de chauvinismo, xenofobia e racismo. Quanto ao séc.XIX, o nacionalismo explode em 1848 e orienta-se contra o domínio por parte dos imperadores. Dois casos paradigmáticos: Itália e Alemanha.
No séc.XIX, Itália era um território dividido em vários estados que lutavam entre sí e não um país uno. Mazzini assume um papel importante, com o Movimento Jovem Itália incluido no Risorgimento, onde juntamente com Giuseppe Garibaldi, lutaram contra o estado papal, obrigando o Vaticano a isolar-se em Roma dentro do seu actual território. Hoje em dia, o Vaticano é um estado sem fronteiras com a Itália mas com uma das melhores polícias secretas mundiais e com um dos bancos mais poderosos em todo o mundo. Regressando à Itália do sec.XIX, esta conhece nas mãos do rei Vitor Emanuel o principal dinamizador da sua união. O governador de Piamonte, da dinastia de Sabóia, é obedecido num estado próspero, onde triunfa a Revolução Industrial e que se evidencia entre os outros. Na primeira fase da unificação, desenvolvem-se movimentos revolucionários e uma guerra contra o império austríaco mas sem alterações.
Um estado tem o direito de existir caso haja também nele uma nação. Segundo a maior parte dos autores e o estabelecido, uma nação é constituida por um povo e um espaço que fala a mesma língua, partilham a mesma religião e/ou têm um passado comum. Estes factores podem não acontecer todos. Para criar uma nação, desenvolve-se um movimento nacionalista. No séc.XIX, o movimento nacionalista é romântico, ou seja, vai no sentido de demonstrar que um determinado povo tem um passado, uma cultura e uma idologia comuns.
Por exemplo no caso de Portugal, o país só se forma como um estado com a fundação da língua portuguesa. Camões demonstra ao mundo que o povo português tem características diferentes do castelhano, tal como a sua língua. É com este poeta que acaba o processo de construção do Estado português.
Já no séc.XX, o nacionalismo está associado a outro tipo de movimentos e no séc.XXI, assume a forma de patriotismo sentido ou de chauvinismo, xenofobia e racismo. Quanto ao séc.XIX, o nacionalismo explode em 1848 e orienta-se contra o domínio por parte dos imperadores. Dois casos paradigmáticos: Itália e Alemanha.
No séc.XIX, Itália era um território dividido em vários estados que lutavam entre sí e não um país uno. Mazzini assume um papel importante, com o Movimento Jovem Itália incluido no Risorgimento, onde juntamente com Giuseppe Garibaldi, lutaram contra o estado papal, obrigando o Vaticano a isolar-se em Roma dentro do seu actual território. Hoje em dia, o Vaticano é um estado sem fronteiras com a Itália mas com uma das melhores polícias secretas mundiais e com um dos bancos mais poderosos em todo o mundo. Regressando à Itália do sec.XIX, esta conhece nas mãos do rei Vitor Emanuel o principal dinamizador da sua união. O governador de Piamonte, da dinastia de Sabóia, é obedecido num estado próspero, onde triunfa a Revolução Industrial e que se evidencia entre os outros. Na primeira fase da unificação, desenvolvem-se movimentos revolucionários e uma guerra contra o império austríaco mas sem alterações.
A segunda fase, que termina em 1861, funda o Reino de Itália e fica completa com a anexação de Roma ao Papa em 1870. Hoje, Itália é uma das sete economias mais poderosas do mundo, com mais de 60 milhões de habitantes. Os Alpes italianos e a região de Torino dão um impulso mundial à economia com nova indústria, nova força de produtos e venda.
No entanto, Itália quer escoar nesta altura os produtos da sua economia emergente e quer por isso ter, à semelhança doutros reinos europeus, colónias suas no mundo onde vender e alargar a sua economia.
O novo Reino de Itália exige ter colónias e isso desencadeia problemas...
Quanto à Alemanha, os antigos bárbaros do império romano têm no início o seu poder concentrado no sul, nos germânicos católicos da Áustria e Habsburg. No entanto, o estado à volta de Berlim vai desenvolver-se e fortalecer-se. Este estado é a Prússia de Otto Von Bismarck. Bismarck assume o controlo da Prússia e assume também a ideia da unificação de todos os povos germânicos. Contra ele, os austríacos que não estão de acordo com a hegemonia de Berlim e mais tarde os franceses, que se vêm minimizados perante uma Alemanha reunida e fortalecida. A Prússia sai vitoriosa das duas guerras com a Alemanha e quanto à França é derrotada de tal forma que em 1871 o rei alemão proclama a unificação dos povos germânicos no Palácio de Versalhes. Nasce assim o II Reich. Reich significa reinado sendo que o primeiro iniciou-se quando foi proclamada a independência sobre os romanos, no séc. II, o II é o de Bismarck e o III o de Hitler.) Hoje em dia, a Alemanha é o estado europeu com maior capacidade demográfica (85 milhões), tendo-se transformado num dos estados mais produtores e dinâmicos da Europa, facto a que não foi alheia a prematura produção de ferro e aço para transportes e armamento.
No entanto, a nova Alemanha também não possui colónias e vai exigi-las. Todas as espectaculares alterações do séc.XIX trazem mudanças boas mas também deixam antever uma crise que vai ditar o rumo do séc.XX.
O novo Reino de Itália exige ter colónias e isso desencadeia problemas...
Quanto à Alemanha, os antigos bárbaros do império romano têm no início o seu poder concentrado no sul, nos germânicos católicos da Áustria e Habsburg. No entanto, o estado à volta de Berlim vai desenvolver-se e fortalecer-se. Este estado é a Prússia de Otto Von Bismarck. Bismarck assume o controlo da Prússia e assume também a ideia da unificação de todos os povos germânicos. Contra ele, os austríacos que não estão de acordo com a hegemonia de Berlim e mais tarde os franceses, que se vêm minimizados perante uma Alemanha reunida e fortalecida. A Prússia sai vitoriosa das duas guerras com a Alemanha e quanto à França é derrotada de tal forma que em 1871 o rei alemão proclama a unificação dos povos germânicos no Palácio de Versalhes. Nasce assim o II Reich. Reich significa reinado sendo que o primeiro iniciou-se quando foi proclamada a independência sobre os romanos, no séc. II, o II é o de Bismarck e o III o de Hitler.) Hoje em dia, a Alemanha é o estado europeu com maior capacidade demográfica (85 milhões), tendo-se transformado num dos estados mais produtores e dinâmicos da Europa, facto a que não foi alheia a prematura produção de ferro e aço para transportes e armamento.
No entanto, a nova Alemanha também não possui colónias e vai exigi-las. Todas as espectaculares alterações do séc.XIX trazem mudanças boas mas também deixam antever uma crise que vai ditar o rumo do séc.XX.
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